Os Yorubás, um dos maiores grupos étnicos da África, vivem em sua maioria no oeste da Nigéria. Nessa sociedade tradicional, originou-se, em sua religião, o culto idolátrico ao orixá. Durante muitos anos, a fé yorubá foi difundida e ramificada dentro do continente africano, mas foi só com o voraz e desumano tráfico negreiro que a América (especialmente Brasil e Cuba) passou a conhecê-la. O surgimento das religiões afro-brasileiras se deu por meio da fusão da cultura de sacerdotes africanos escravizados que passaram a cultuar mais de um orixá. Assim, surgiram religiões como o Candomblé e a Umbanda.
Para quem não sabe, os orixás são ancestrais divinizados que se manifestam os elementos do cosmos, dos seres vivos, dos fenômenos naturais, dos elementos da natureza e dos sentimentos imanados aos seres humanos. A literatura de toda essa cultura, desde as primeiras crenças até as ramificações atuais, é ainda muito escassa. Essas divindades vivem em nossa imaginação, cada um com a sua imagem ideal, tornando-se base ilustrações e desenhos. A originalidade do trabalho que venho a falar trata exatamente disso.
James C. Lewis é um fotógrafo que aplicou responsabilidade social em sua arte. Negro e norte-americano, viu o seu trabalho como uma ferramenta de combate ao racismo, ao evidenciar a beleza afro e participar de campanhas contra o preconceito. A identidade que ele criou deu espaço a novas experiências fotográficas, entre elas a exploração de suas raízes religiosas.
Dado o modelo de educação ocidental, James não chegou a ter muito contato com religiões politeístas em seus dias de escola. O interesse por conhecer mais resultou no estudo da riqueza cultural dos yorubás e, imediatamente após esse contato, inspirou-se para criar uma série de fotos retratando a sua visão artístico-criativa dessas divindades. Lewis decidiu focar-se na verdadeira origem da fé yorubá, portanto o nome de cada orixá foi escrito no dialeto original da época de sua concepção.
Impressione-se com a coleção Yoruba African Orishas:
Exú: Divindade africana das encruzilhadas, contraventor,
mensageiro entre a humanidade e divindades.
Iansã: Divindade guerreira africana do vento, mudanças repentinas, furações e fontes poderosas.
Ifá: Divindade africana da sabedoria, adivinhação e previsão.
Oxum: Divindade africana da beleza, amor, fertilidade e deusa dos rios.
Olokun: Divindade africana do oceano profundo, do abismo e simboliza sabedoria insondável.
Ossanha: Divindade africana da floresta, curandeiro natural e guardião das ervas.
Xangô: Divindade africana do fogo, do relâmpago e do trovão.
Também representa poder masculino e sexualidade.
Aganju: Divindade africana dos vulcões e dos desertos. É o pai de Xangô,
mas apontado como irmão em outras histórias.
Obaluayê: Divindade africana das enfermidades e doenças infecciosas.
Também é o curador de todas as moléstias.
Erinlé: Divindade africana da saúde física e do bem-estar.
Atua como médico para os deuses.
Oxalá: Divindade africana da humanidade, representa a retidão espiritual e moral.
Rei do pano branco e segundo filho de Olorum.
Obá: Divindade africana do casamento e domesticidade.
Esposa banida de Xangô e filha de Iemanjá.
Oxumaré: Divindade africana do movimento direto, do arco-íris e da serpente.
Guardião das crianças, mudanças de sexo, senhor das coisas alongadas
e controlador do cordão umbilical.
Okô: Divindade africana da agricultura e da colheita.
Olorum: Deus criador do universo. Pai de todos os orixás e do céu.
Orí: É o conceito metafísico de uma instituição espiritual e do destino. Significa cabeça.
Oxóssi: Divindade africana da caça e da aferição. Vingador do acusado
e daqueles que buscam justiça.
Iemanjá: Mãe divina africana da humanidade. Divindade do mar,
filha de Oxalá e mulher de Aganju.
Ibeji: Divindades africanas crianças da juventude e vitalidade.
Também conhecidos como os gêmeos sagrados.
Ogum: Divindade africana guerreira, do ferro, trabalho, política,
sacrifício e da tecnologia.