sexta-feira, 15 de março de 2019

Oraçaõ Poderosa Para Papai Bessen

Oração Poderosa

“Pai Oxumaré, derrama sobre nós suas bênçãos com as sete cores do divino Arco-Íris
 Purificando nosso espírito com Vosso poder de restauração e transformação
 Descarrega de nosso espírito aquilo que nos prejudica
 Afasta os miasmas espirituais que nos sufocam em inveja e olho gordo

Transforma nossos caminhos para que encontremos a fortuna e o bem estar
 Guiado pelas 7 cores de Vosso Divino Arco-Íris
 E possamos evoluir e ajudar aqueles que necessitam de nós.
 Arroboboi Oxumaré”


 

 Oração de São Bartolomeu para conquistar alguma graça
“Glorioso São Bartolomeu, modelo sublime de virtude e puro frasco das graças do Senhor!
 Proteja este seu servo que humildemente se ajoelha a seus pés e implora que tenha a bondade de pedir por mim junto ao trono do Senhor.
São Bartolomeu use todos os recursos para me proteger dos perigos que diariamente me rodeiam!
 Lance seu escudo protetor em minha volta e me proteja do meu egoísmo e de minha indiferença a Deus e ao meu vizinho.
São Bartolomeu, me inspire em imita-lo em todas as minhas ações. Derrame em mim suas graças para que eu possa servir e ver a Cristo nos outros e trabalhar para a Vossa maior gloria.
 Graciosamente obtenha de Deus os favores e as graças que eu muito necessito, nas minhas misérias e aflições da vida.
Eu aqui invoco sua poderosa intercessão, confiante na esperança que ouvirás minhas orações e que obtenha para mim essa especial graça e favor que eu reclamo de seu poder e bondade fraternal, e com toda a minha alma imploro que me conceda a graça (mencionar aqui a graça desejada).
 Ainda a graça da salvação de minha alma e para que eu viva e morra como filho de Deus, alcançando a doçura do Vosso amor e a eterna felicidade.
 Amém! ”

domingo, 12 de agosto de 2018

No mês de Agosto OBALUAÊ - OMOLU





O Orixá mais temido dentre todos, conhecido como Omolu, Omulu, Obaluaê, Obaluaiê, entre outros nomes. Ele é o responsável pela terra, pelo fogo e pela morte, por causa do seu poder, é tão temido pelos humanos.

Tanto no Candomblé quanto o Obaluaiê na Umbanda é sinônimo de temor, pois ninguém esconde nada deste Orixá, ele é capaz de enxergar qualquer detalhe da vida de uma pessoa, é também o responsável pela morte já que rege a terra e é dela que tudo nasce e tem seu fim. Mas, por outro lado Omolu é o protetor dos doentes pobres, pois ele conhece o sofrimento de carregar uma enfermidade e não quer que ninguém passe por essa dor, assim ele está associado também a cura.
Sendo assim, Omulu tem o grande poder de causar uma epidemia, mas ao mesmo tempo de curar qualquer mal. Ele carrega sempre uma lança de madeira, o lagidibá e o Xaxará para espantar as energias ruins e os eguns. Nenhum humano pode ver Omulu sem a palha, seu brilho é intenso como o Sol, tal evento mataria qualquer um rapidamente, por isso ele se apresenta  vestido de Filá e Azé, as roupas de palha, está sempre curvado, como quem sente intensa dor e sofrimento.
Senhor dos espíritos, mediador entre o mundo material e espiritual, sua significância vai muito além da aparência. Ele conhece a tristeza e as dores como ninguém e é a prova de que tudo pode ser superado se tiver coragem de seguir em frente e vontade de viver.

História de Obaluaiê

Omulu História

Muitos mistérios cercam a vida de Obaluaê, seu caminho sempre foi cercado por despedidas e dor. Ele tornou-se o Orixá das mazelas justamente por ter sofrido várias e se curado de todas. Seus problemas surgiram desde seu nascimento e por obra do destino e determinação ele superou todas as adversidades.

O Nascimento de Obaluaiê

Omolu é filho de Nanã e Oxalá, irmão de Oxumaré. Devido a erros cometidos por Nanã ao confrontar Oxalá, Obaluaê nasceu cheio de varíolas, o que fez com que a sua mãe o abandonasse para morrer na beira do mar. Após algum tempo, Iemanjá ao caminhar sobre seus domínios encontrou a criança recém nascida toda deformada devido a doença e aos caranguejos que já o comiam.
A piedade e compaixão tomou conta do coração da Orixá que o adotou e o criou como o seu filho, o ensinando a superar os males e a curar as doenças. Assim Obaluaiê cresceu cheio de cicatrizes o que o deixava sentir grande vergonha de si mesmo e como meio para se esconder ele se cobre todo com palhas, ficando somente os braços e pernas de fora.
Assim o Orixá cresceu sempre tímido e de cabeça baixa, se escondendo de todos e pensando no porquê fora abandonado, estes sentimentos fez com que ele se tornasse muito sério, sempre pensativo e compenetrado em seus pensamentos e algumas vezes até mesmo mal humorado.
Ensinamento de Obaluaiê
Uma vez em sua caminhada pelo mundo, Obaluaiê passou por uma aldeia faminto e sedento. Por não saberem que se tratava do Omulu Orixá, os moradores se negaram a dar até mesmo um copo com água para ele, pois estranharam muito alguém todo coberto de palhas, o qual não poderiam nem mesmo ver o rosto.
Muito desapontado e triste ele saiu da vila e ficou nos arredores querendo entender mais sobre aquele povo. Durante este tempo de angústia, a aldeia caiu em miséria, as pessoas adoeceram o sol esquentou tanto que queimou as lavouras e sem saber o que acontecia, chegaram a conclusão que só poderia ser por causa do desconhecido que eles negaram até mesmo água.
Arrependidos, os líderes do local recolheram o pouco de alimento que restara e foram levar ao forasteiro juntamente com o pedido de perdão pela ignorância de todos. Compreendendo a dor dos moradores, Obaluaiê pisou novamente no vilarejo e tudo voltou a vida imediatamente. Omulu então pediu a todos que nunca negassem um prato de comida ou um copo com água a alguém necessitado, porque somente quem sofre sabe o peso que carrega nesta vida e não merece mais uma punição.
A verdadeira beleza
De volta a terra dos Orixás, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma grande festa com todas as divindades presentes. Como não gostava de multidões e sentia vergonha de sua aparência, tendo que ficar todo coberto de palhas, ele preferiu se manter de longe escondido, só observando.
Iansã, que dominava os ventos viu o rapaz de canto e resolveu matar a sua curiosidade de saber como ele era, furtivamente ela mandou uma ventania no Orixá que levantou as palhas que o cobriam. Omolu ficou imóvel assustado e todos na festa também pararam para ver pela primeira vez um rapaz tão belo que brilhava como o Sol. Então Iansã dançou com ele até o final da comemoração e os dois se uniram para combater a morte e as doenças.

Qualidades de Obaluaê

Afomam
Carrega duas bolsas de onde tira as chagas. Anda com Ogun.
Agòrò
Sua roupa possui barras com palha e é de cor branca
Akavan
Se veste estampado e anda com Iansã
Ajágùnsí
Tem ligação com Nanã e Oxumaré
Azoani
Veste palha vermelha, tem ligação com Iansã, Oxumaré e Iemanjá
Azonsu
Carrega a lança em suas mãos, vestido de branco com ligação com Oxalá, Oxumaré e Oxum
Jagun Àgbá
Anda com Iemanjá e Oxalufan
Jagun Ajòjí
Anda com Ogun, Oxaguian e Exú
Jagun Arawe
Ligado a Iansã e Oxaguian
Jagun Igbonà
Ligação com Oxaguian e Obá
Jagun Itunbé
Não gosta de feijão preto e está ligado a Oxaguian e Oxalufan, come caracol.
Jagun Odé
Tem ligação com Ogun, Logun e Oxaguian

Oferenda para Omulu

IMPORTANTE: toda oferenda deve ser orientada por alguém responsável do Candomblé ou Umbanda, cada Orixá possui suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por quem os conhecem após anos de prática na religião.
Obaluaiê é o caminho para o encontro da cura, quem precisa de saúde pode pedir o seu auxílio. Suas quizilas são: carne de porco, caranguejo e jaca.

Pipoca para Omulu
Ingredientes: milho de pipoca, azeite de dendê e lascas de coco.
Material: Alguidar.
Modo de Fazer: Estoure o milho em uma panela com o azeite de dendê. Coloque a pipoca em um alguidar e enfeite com lascas de coco.

Dia de Obaluaiê

Seu dia da semana é a segunda-feira, e a comemoração em seu nome é em 16 de agosto.

Cores de Obaluaiê

Suas principais cores são o preto, vermelho e branco.

Características das Filhas e Filhos de Obaluaiê

São pessoas com um aspecto depressivo e que estão sempre vendo a vida de forma negativa. Os filhos de Omulu andam com semblante triste e costumam reclamar muito da saúde e de dores, para piorar a situação são teimosos e não acreditam que podem reverter a situação ou que estão na verdade muito be.
São pessoas carinhosas e doces, mas o seu lado ranzinza é o mais expressivo, faz com que qualquer pessoa otimista desanime da vida após conversar com ele. Costumam apresentar manchas na pele e realmente sentem dores no corpo com frequência.
Não entre na lista de inimigos de um filho de Omulu, eles são vingativos e conseguirão te fazer sentir o pior dos seres humanos. Mas, dentre tantas qualidades negativas, eles possuem uma das melhores características, são extremamente amigos, se você tem a confiança de alguém que é filho de Obaluaiê, saiba que tem a melhor amizade do mundo. São também pessoas muito trabalhadoras e dedicadas em tudo que fazem.
São muito limpos e vaidosos, costumam ser muito bonitos se não for fisicamente, são espiritualmente, por isso conquistam as pessoas sem nem mesmo se esforçar. Possuem o brilho do Sol em sua alma, são inquietos e mudam facilmente de opinião.
Sincretismo de Obaluaiê
Este Orixá possui dois sincretismos, pois ele age em duas linhas diferentes.
Sincretismo de Obaluaiê
Quando acompanhado de Nanã, ele é Obaluaiê, o mais jovem, enquanto sua mãe apaga as memórias das pessoas que logo morrerão ele faz a passagem de sua alma do mundo material para o espiritual, este Orixá é sincretizado com São Roque, um Santo da Igreja Católica padroeiro dos enfermos vítimas de peste e dos cirurgiões.

Sincretismo de Omulu

Ao se apresentar com Iemanjá, ele assume uma forma mais velha e recebe o nome de Omulu. Enquanto Obaluaiê rege a passagem para a morte, Omulu juntamente com Iemanjá traz a encarnação, a vida. Seu sincretismo nesta forma é com São Lázaro, o protetor dos leprosos e dos mendigos, que mesmo carregando diversas chagas em seu corpo não deixou de ter fé.

Oração ao Orixá Obaluaiê

“Proteja-me, Pai, Atotô Obaluaê!
Oh, Mestre da Vida,
Proteja seus filhos para que suas vidas sejam marcadas pela saúde.
Vós é o limitador das enfermidades.
Vós é médico dos corpos terrenos e almas eternas.
Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam!
Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos.
Concede-nos corpos sadios e almas serenas.
Mestre da Cura, amenize nossos sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação!
Atotô meu Pai Obaluaê!
Dominador das epidemias.
De todas as doenças e da peste.
Omulu, Senhor da Terra.
Obaluaê, meu Pai Eterno.
Dai-nos saúde para a nossa mente, dai-nos saúde para nosso corpo.
Reforçai e revigorai nossos espíritos para que possamos enfrentar todos os males e infortúnios da matéria.
Atotô meu Obaluaê!
Atotô meu Velho Pai!
Atotô Rei da Terra! Atotô Babá!
Mestre das almas!
Meu corpo está enfermo…
Minha alma está abalada,
Minha alma está imersa na amargura de um sofrimento
Que me destrói lentamente.
Senhor Omolu!
Eu evoco – Obaluaiê
Oh!
Deus das doenças
Orixá que surge, diante dos meus olhos
Na figura sofredora de Lázaro.
Aquele que teve a graça de um milagre
No gesto do Divino Filho de Jesus.
Oh!
Mestre dos mestres
Obaluaiê
Teu filho está enfermo…
Teu filho se curva, diante da tua aura luminosa.
Na magia do milagre,
Que virá de tuas mãos santificadas pelo sofrimento…
Socorre-me…
Obaluaiê…
Dai-me a esperança da tua ajuda.
Para que me encoraje diante do martírio imenso que me alucina,
Faças com que eu não sofra tanto – Meu Pai
Senhor Omolu!
Tu és dono dos cemitérios,
Tu que és sentinela do sono eterno,
Daqueles que foram seduzidos ao teu reino.
Tu que és guardião das almas. Que ainda não se libertou da matéria,
Ouve a minha súplica, atende ao apelo angustioso do teu filho.
Que se debate no maior dos sofrimentos.
Salve-me – Irmão Lázaro.
Aqui estou diante da tua imagem sofredora,
Erguendo a derradeira prece dos vencidos,
Conformado com o destino que o Pai Supremo determinou.
Para que eu suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos.
Salve minha alma desse tormento que me alucina.
Tome meu corpo em teus braços.
Eleva-me para teu reino.
Se achares, porém, que ainda não terminou minha missão neste planeta,
Encoraja-me com exemplo da tua humildade e da tua resignação.
Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e volte a caminhar.
Eu te suplico, mestre!
Eu me ajoelho diante do poder imenso,
De que és portador.
Invoco a vibração do Obaluaiê.
A – TÔ – TÔ, Meu Pai.
Obaluaiê, Meu Senhor, ajude-me!
Salve o Senhor o Rei da Terra!
Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.
Pai da riqueza e da bem-aventurança.
Em ti deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz e prosperidade.
Faz-me, Senhor do trabalho; um filho de bom ânimo e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência.
Faz-me digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos de luz e misericórdia.
ATOTÔ OBALUAUÊ!”

Saudação a Obaluaiê

“Atotô Obaluaê!” – Seu significado é: “Silêncio para o grande Rei da Terra!”
Obaluaiê é Pai da Terra, um dos orixás da Umbanda e do Candomblé mais temido, senhor da morte e da vida, a ele cabe a decisão da cura ou do fim do caminho.


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Orixás que vão reger o ano de 2018

Orixás que vão reger o ano de 2018

O ano ainda nem acabou e já está conturbado!

O ano de 2018 será regido por Exú, Omulu, Iansã e Obá.


Primeiro de janeiro de 2018 cai numa segunda-feira, dia regido por Exu e Omulu.

Da soma numerológica do ano 2+0+1+8 obtemos o número 11 do "Odu Owanrin" e com a soma de 1+1 encontramos o número 2 do "Odu Eji-Okô" o que confirma a força e a presença das energias de Exu, Omulu, Iansã e Obá.
A pressa e a coragem serão algumas características encontradas neste ano tenso e agitado. Isto significa que a vida não ficará estagnada. O sucesso material não estará em evidência, mas a vida reserva muitas alegrias e ótimos conselhos para todos nós durante o ano de 2018.
Meu conselho é que, mesmo que haja incertezas, você tenha calma e seja seguro em todas as suas decisões.
Tenha em mente a seguinte frase : "Ouse fazer e o poder lhe será dado."

Um pouco sobre os regentes do ano de 2018

Exu, também conhecido como Bará, ou Elegbara, é considerado um dos Orixás mais importantes, por ser ele o encarregado de transmitir as mensagens dos Deuses na terra aos homens e vice-versa. Exu é o Orixá que está mais próximo de nós, por isso tem facilidade de nos entender e poder de ajudar através das outras divindades (Orixás). Omulu é o Orixá da saúde, sempre envolto por mistério, tem o poder da cura e de afastar qualquer mal que possa nos assolar. Iansã, Orixá do tempo e dinamismo, consegue afastar qualquer negatividade, põe para movimentar qualquer situação parada, tem força para colocar tudo a frente, ela amplia e expande todas as pessoas e situações que tem vontade de crescer. Obá, representa  o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos crus em cozidos. É também a dona da roda. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vence na luta contra Oxalá, Oyá, Oxumarê, Exú e Orumilá.
















Muito Obrigado Axé

 Odô, axé odô, axé odô, axé odô 
    Odô, axé odô, axé odô, axé odô...

 Isso é pra te levar no ilê 
Pra te lembrar do badauê
Pra te lembrar de lá 
Isso é pra te levar no meu terreiro
 Pra te levar no candomblé 
Pra te levar no altar
 Isso é pra te levar na fé
 Deus é brasileiro
 Muito obrigado axé
 Ilumina o mirin orumilá
 Na estrada que vem a cota
 É um malê é um maleme 
Quem tem santo é quem entende 
Quanto mais pra quem tem ogum 
Missão e paz
 Quanto mais pra quem tem ideais e Os orixás
 Joga as armas prá lá 
Joga, joga as armas pra lá
 Joga as armas pra lá
 Faz a festa 
Joga as armas prá lá
 Joga, joga as armas pra lá 
Joga as armas pra lá 
Faz um samba 
Joga as armas prá lá 
Joga, joga as armas pra lá 
Joga as armas pra lá
 Traz a orquestra
 Joga as armas prá lá 
Joga, joga as armas pra lá
 Joga as armas pra lá 
Faz a festa...

E que venha 2018!!!



Gaiaku Luiza: FORÇA E MAGIA DOS VODUNS


Gaiaku Luiza: FORÇA E MAGIA DOS VODUNS


O porte de rainha e o traje impecável impresionaram Dorival Caymmi, atento à velha São Salvador. Tanto que ele providenciou uma foto da baiana de acarajé Luiza Franquelina da Rocha, que serviu de inspiração para a música 'O que é que a baiana tem?' A canção foi composta para a trilha sonora do filme Banana da Terra, última produção de Carmen Miranda. O fato se deu em 1938 e quem conta a história com riqueza de detalhes é a própria Luiza, neste filme de Soraya Mesquita.

Gaiaku Luíza é o fio condutor da história de uma das mais importantes nações do Candomblé. Um registro da trajetória do povo Jeje, da África até a cidade histórica de Cachoeira, no recôncavo da Bahia, contada por antropólogos, historiadores, pelo povo de santo e pela própria  sacerdotisa Luíza, aos 94 anos (falecida em 2006). Uma verdadeira aula sobre as Religiões de Matrizes Africanas, nascidas no Brasil do século XIX, que levanta a bandeira para a importância de preservação deste patrimônio imaterial legado por nossos ancestrais escravizados.


Direção, Roteiro e Edição: Soraya Públio de Castro Mesquita
Realização: IRDEB - TVE Televisão Educativa da Bahia (2004/05)

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Oxum 




Oxum (ou Oxun, Oshun, Osun, Oshoun, Ochun, Oloxum) é um orixá da religião iorubá e do cadomblé, governante das águas doces (o oposto de Iemanjá, divindade das águas salgadas) e associada ao amor, riqueza, prosperidade, fertilidade e beleza. Oxum também é a deusa do rio de mesmo nome, localizado na Nigéria, e ela é especialmente adorada em rio-cidades. Durante sua festa anual, ela escolhe uma ou mais mulheres dançarinas para "baixar" sobre. Essas mulheres, em seguida, recebem novos nomes em homenagem a Oxum e são posteriormente consultadas como curandeiras.

Como um orixá do amor, Oxum é caracterizada como uma mulher bela, charmosa e provocante. Geralmente é representada como uma bela mulher negra, vestido roupas e jóias douradas, além de trazer um espelho em uma das mãos. Em alguns contos, ela é descrita como tendo uma cauda de peixe, como uma sereia.


Oxum foi a segunda mulher de Xangô, mas viveu também com Ogum, Exu, Orunmilá e Oxóssi, de acordo com vários mitos.

Com a diáspora africana, a figura de Oxum foi trazida para as Américas, e adotada pelos panteões que se ramificaram das tradições africanas, como o candonblé brasileiro e a Santeria cubana. No Vodu haitiano, ela é sincretizada com Erzulie ou Ezili, também uma divindade da água e do amor. Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras. Na Bahia, ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.



Oxum, assim como os outros Orixás, possui um número associado a ela (5); uma cor (amarelo); e um metal (ouro ou bronze). O pavão e o abutre são animais sagrados para ela. Oferendas à Oxum incluem coisas doces como mel, hidromel, vinho branco, laranjas, doces, ou abóboras, bem como perfume.

Alguns mitos envolvendo Oxum

Oxum é concebida por Iemanjá e Orunmilá

Um dia Orunmilá saiu de seu palácio para dar um passeio acompanhado de todo seu séquito. Em certo ponto deparou com outro cortejo, do qual a figura principal era uma mulher muito bonita. Orunmilá ficou impressionado cm tanta beleza e mandou Exu, seu mensageiro, averiguar quer era ela. Exu apresentou-se ante a mulher com todas as reverências e falou que seu senhor, Orunmilá, gostaria de saber seu nome. Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá. Exu voltou à presença de Orunmilá e relatou tudo o que soubera da identidade da mulher. Orunmilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio, dizendo que desejava conhecê-la. Iemanjá não atendeu o seu convite de imediato, mas um dia foi visitar Orunmilá.

Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio, mas o fato é que Iemanjá ficou grávida depois da visita a Orunmilá. Iemanjá deu a luz a uma linda menina. Como Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido, Orunmilá enviou Exu para comprovar se a criança era mesmo filha dele. Ele devia procurar sinais no corpo. Se a menina apresentasse alguma marca, mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orunmilá e deveria ser levada para viver com ele. Assim foi atestado, pelas marcas de nascença, que a criança mais nova de Iemanjá era de Orunmilá. Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus caprichos. Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades, o nome dessa filha é Oxum.


A astúcia de Oxum

Houve um tempo em que os orixás masculinos se reuniam para discutir sobre a vida dos mortais e não deixavam as deusas participarem das decisões. Aborrecida com isso, Oxum fez com que as mulheres ficassem estéreis e então tudo deu errado na terra. Os orixás foram consultar Olorum e ele explicou que sem a presença de Oxum com seu poder sobre a maternidade, nada poderia dar certo. Os orixás, então, convidaram Oxum para participar das reuniões: as mulheres voltaram a ser fecundas e todos os projetos dos orixás tiveram bom resultado.


Oxum obtém o dom de adivinhação

Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exu e este não queria lhe revelar. Ela então procurou na floresta as Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, e lhes perguntou como enganar a Exu e conseguir o segredo do jogo de búzios. As feiticeiras, querendo pregar uma peça a Exu, ensinaram toda a sorte de magias a Oxum, mas exigiram que ela lhes fizesse uma oferenda a cada feitiço realizado. Oxum concordou e foi procurar Exu. Este, desconfiado, perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada. Ela então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos. Exu se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exu o cega e arde muito. Exu gritava de dor e dizia; "Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?" Oxum fingindo preocupação, respondia: "Búzios? Quantos são eles?" "Dezesseis", respondeu Exu, esfregando os olhos. "Ah! Achei um, é grande!" "É Okanran, me dê ele". "Achei outro, é menorzinho!" "É Eta-Ogundá, passa pra cá..." E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá, o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Oxum, resolveu dividir o poder do jogo entre ela e Exu.




Oxum e Oxóssi

Sempre que Oxóssi ia caçar ele parava na beira do rio para se refrescar, e todas as vezes que ele o fazia, Oxum o via e admirava a sua beleza. Apesar disso, Oxóssi não se interessava por Oxum, pois gostava somente das mulheres das matas. Oxum então pergunta a Exú como ela poderia fazer Oxóssi se apaixonar por ela. Exu diz a Oxum que ela deveria tomar um banho de mel e jogar folhas sobre o seu corpo, e que isso certamente iria atrair Oxóssi. No dia seguinte, Oxum fez como Exú havia lhe dito, e quando Oxóssi se aproximou da beira do rio, avistou o que pensava ser uma linda mulher das matas. Oxóssi se encantou com a bela mulher e então se envolveram. Sua relação durou por muito tempo, mas um dia Oxóssi acabou descobrindo a farsa de Oxum, e então a deixou. Quando Oxum viu Oxóssi indo embora, gritou dizendo que estava grávida, e isso o deixou muito feliz, porém não foi o suficiente para fazê-lo voltar para ela. Seu filho, chamado Logun Edé, tornou-se o príncipe dos orixás, a união das matas com os rios. Ele vivia 6 meses com o pai nas florestas e 6 meses com Oxum nos rios.



Oxum se torna esposa de Xangô

Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausências deste, Oxum foi seduzida pela beleza, pelos presentes (Oxum adora presentes) e pelo poder de Xangô, irmão de Oxossi, rompendo sua união com o deus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitou Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonou seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. Oxum pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se escondeu sob a saia de Iansã, a deusa dos raios, que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partir de então, sua esposa predileta e companheira cotidiana.






Cânticos do Orixá Oxum em Ketu com letra e tradução

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

São Cosme e São Damião segundo a Igreja Católica 

São Cosme e São Damião são santos dedicados à salvação da vida


“Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”

Hoje, dia 26 de setembro, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: São Cosme e São Damião, irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente (Cilícia, Ásia Menor entre os séculos III e IV), e, desde jovens, eram reconhecidos por sua habilidade como médicos. Com a conversão, passaram a ser também missionários, ou seja, ao unirem a ciência à confiança no poder da oração, levavam para muitos a saúde do corpo e da alma.
Viveram na Ásia Menor, até que, devido à perseguição de Diocleciano, no ano 300 da Era Cristã, foram presos por serem considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista essa acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”
Diante da insistência dos perseguidores da fé cristã, com relação à adoração aos deuses, responderam:

“Teus deuses não têm poder nenhum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”
.
Atenção para este recado:

Na Igreja, muitos santos são estigmatizados pelo misticismo devido ao choque de culturas. Nada contra outras culturas, mas é sempre muito bom lembrar a verdadeira origem dos fatos. Muitos de nossos santos são cultuados também no candomblé e em outras religiões, mas a história é bem diferente. Na época da escravatura no Brasil, os escravos africanos criaram uma maneira criativa e inteligente de enganar os senhores de Engenho. Invocavam seus deuses Orixá, Oxalá, Ogum como São Sebastião, São Jorge e Jesus, e os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso. E fizeram o mesmo com outros santos também, como São Jorge, Santa Bárbara entre outros. O sincretismo religioso é um fenômeno que consiste na absorção de influências de um sistema de crenças por outro.
Os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os Ibejis: divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos [Cosme e Damião]. A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece, no dia 27 de setembro, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles como aos frequentadores dos terreiros. Para nós, católicos, este é o dia de São Vicente de Paulo. Por isso, há o costume de distribuir doces e comidas às crianças no dia 27, que também foi um costume introduzido pelo candomblé.
São Cosme e São Damião jamais abandonaram a fé cristã e foram decapitados no ano de 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.
Senhor, dai-nos uma fé viva, livre de todas as misturas, uma fé nova, traduzida na vida e no amor aos irmãos. Por isso, proclamamos o Senhorio de Jesus em nossa vida, pois os santos não precisam de alimentos, pois eles já contemplam o Alimento da Vida, que é o próprio Senhor.
Oração:
São Cosme e Damião, que, por amor a Deus e ao próximo, vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes. Abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que vossa proteção, São Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero. Senhor nosso Deus, que dissipais as trevas da ignorância com a luz de Cristo, vossa Palavra, fortalecei a fé em nossos corações, para que nenhuma tentação apague a chama acesa por vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
São Cosme e São Damião, rogai por nós!

#claudialinsoficial

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Itan de Oxumarê



Oxumaré é o orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana.

Lenda (itan) de Oxumaré e Bessém

Oxumaré, segundo um itan ou uma lenda; por seis meses vive como uma linda mulher, a bela Bessém, e nos outros seis meses se transforma em uma cobra.

Segundo esta lenda, Nanã Buruquê queria muito ter um filho com o poderoso Oxalá e teve Obaluaiê, que foi rejeitado e abandonado.

Depois do abandono de Obaluaiê, Oxalá permitiu a Nanã ter outro filho, que seria belo e saudável porém não ficaria jamais ao lado ela.

Nanã teve seu segundo filho, Oxumaré, e não o rejeitou, mas passou a correr o mundo atrás dele, que jamais ficaria junto a sua mãe pela revolta que tinha em transformar-se continuamente.

Nos seis meses em que vivia sobre a terra como Bessém, a bela moça namorava e era feliz, porém, passados os seis meses, quando se transformava em cobra novamente, namorado nenhum ficava perto dela e fugiam de sua companhia, por este motivo Nanã foi odiada e rejeitada por Oxumaré.

Oxumaré e Bessém atuando sobre o amor e negócios

Oxumaré é a renovação continua em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser, inclusive do amor em nossas vidas.

Assim sendo, onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a de Oxumaré, que dilui tanto a paixão quanto o ciúme, transformando-os.

Oxumaré e Bessém diluem o já estabelecido na mente e coração de um ser e o conduzem, emocionalmente, a outro ciclo, auxiliando na evolução para um novo caminho, sempre renovado.

Dia 24 de Agosto, Dia de São Bartolomeu, santo católico ligado pelo sincretismo a Oxumaré, homenageamos este grande orixá que trás revitalização e mudanças positivas aos filhos do axé.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Xirê de Oxum 

Cânticos do Orixá Oxum em Ketu com letra e tradução

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A Runas da Escandinávia

Runemal era a arte do uso de alfabetos rúnicos para obter respostas, como um oráculo, instrumento usado pelos iniciados nesta arte desde o pré-cristianismo para o auto-conhecimento. Arte denominada de pagã pelo cristianismo.

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 As runas são letras características, usadas para escrever nas línguas germânicas da Europa do Norte, principalmente na Escandinávia, ilhas Britânicas e Alemanha (regiões habitadas pelos povos germânicos) desde o séc. II até ao séc. XI. Estes caracteres têm sido encontrados em pedras rúnicas, e em menor número em ossos e peças de madeira, assim como em pergaminhos e placas metálicas. As inscrições rúnicas mais antigas datam de cerca do ano 150. O alfabeto rúnico foi sucessivamente substituído pelo alfabeto latino, com o avanço do cristianismo na Europa central, no século VI, e na Escandinávia, no século XI. O alfabeto rúnico germânico primitivo tinha 24 runas, e era usado na Alemanha, Dinamarca e Suécia, desde a época inicial. A versão escandinava, com 16 carateres, conhecida como Futhark (derivado das suas primeiras seis letras: 'F', 'U' 'Th', 'A', 'R', e 'K'), foi usada na Dinamarca, Suécia e Noruega, do séc. IX até à Idade Média. A versão anglo-saxónica, com 28 carateres, é conhecida como Futhorc (um nome também com origem nas primeiras letras deste alfabeto).

Escreva seu nome em Runas e descubra o seu significado

Contudo, o uso de runas persistiu para propósitos especializados, principalmente na Escandinávia, na área rural da Suécia até ao início do século XX (usado principalmente para decoração e em calendários rúnicos). Além do alfabeto, a cultura germânica antiga possuía um calendário, cujo ano se iniciava no dia 29 de Junho, representado pela runa Feob. Contam as lendas vikings que os deuses moravam em Asgard, um lugar localizado no topo de Yggdrasil, a Árvore que sustenta os nove mundos. Nesta árvore, o deus Odin conheceu a sua maior provação e descobriu o mistério da sabedoria: as Runas. Alguns versos do Edda Maior, um livro de poemas compostos entre os séculos IX e XIII, contam esta aventura de Odin em algumas de suas estrofes:
"Sei que fiquei pendurado naquela árvore fustigada pelo vento, Lá balancei por nove longas noites, Ferido por minha própria lâmina, sacrificado a Odin, Eu em oferenda a mim mesmo: Amarrado à árvore De raízes desconhecidas. Ninguém me deu pão, Ninguém me deu de beber. Meus olhos se voltaram para as mais entranháveis profundezas, Até que vi as Runas. Com um grito ensurdecedor peguei-as, E, então, tão fraco estava que caí. Ganhei bem-estar E sabedoria também. Uma palavra, e depois a seguinte, conduziram-me à terceira, De um feito para outro feito."
Esta é a criação mítica das Runas, na qual o sacrifício de Odin (que logo depois foi ressuscitado por magia) trouxe para a humanidade essa escrita alfabética antiga, cujas letras possuíam nomes significativos e sons também significativos, e que eram utilizadas na poesia, nas inscrições e nas adivinhações, mas que nunca chegaram a ser uma língua falada. Pedra rúnica A Pedra de Gripsholm.


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 A Pedra de Gårdstånga. Uma pedra rúnica – em sueco runsten, em dinamarquês runesten e em norueguês runestein – é uma pedra erguida, contendo inscrições em caracteres rúnicos. São conhecidas cerca de 6000 inscrições com caráteres rúnicos nas regiões habitadas por povos germânicos. Das pedras rúnicas achadas na Escandinávia, umas 2 500 foram encontradas na Suécia (em particular na região da Uppland e do Vale do Mälaren), umas 500 na Noruega, umas 200 na Dinamarca, umas 50 na Islândia, e nenhuma na Finlândia. Estas pedras estão datadas principalmente para os séculos X e XI - nos tempos da Era viking, embora haja exemplares do séc. IV até ao séc. XII. Em geral, as pedras rúnicas eram colocadas em locais bem visíveis, como caminhos, pontes e portos, e assinalavam a morte de homens importantes, podendo por vezes ser decoradas com certos motivos típicos.

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 A Bíblia da linguagem Rúnica

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Canto Rúnico a Odin - Edda

"Encontrarás nas runas,Símbolos mágicos, Bons, fortes e poderosos,Como assim os quis o Senhor da Magia, Como os fizeram os Deuses propícios, Como os gravou o Príncipe dos Sábios."

O alfabeto rúnico, ou Futhark, recebe o nome de suas primeiras seis letras (f, u, th, a, r, k), muito parecido com a palavra "alfabeto" deriva das duas primeiras letras do alfabeto grego, alfa e beta . Cada runa não só representa um som fonético, mas também tem o seu próprio significado distinto, muitas vezes ligado com a mitologia nórdica. Os estudiosos acreditam que os povos germânicos e escandinavos início usado as runas originalmente como um meio de comunicação e só mais tarde para fins mágicos.

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Fehu

Fehu pode significar gado, ouro, ou riqueza em geral.

Uruz

Uruz representa a força, velocidade e boa saúde.

Thurisaz

Thurisaz refere-se aos gigantes da mitologia nórdica.

Ansuz

Ansuz poderia se referir a qualquer divindade, mas foi mais frequentemente associada com Odin.

Raido

Provavelmente uma runa importante para os Vikings, Raido significou uma longa viagem.

Kenaz

Cenez representa uma tocha ou alguma outra fonte de luz.

Gebo

Gebo foi utilizada para designar um sacrifício aos deuses.

Wunjo

Wunjo pode traduzir como conforto, alegria ou glória.

Hagalaz

Hagalaz é a runa para granizo, quer em termos de tempo ou a projéteis vindos no campo de batalha.

Nauthiz

Nauthiz significa necessidade ou necessidade.

Isa

Isa significa gelo.

Jera

Jera traduz como ano ou colheita.

Eithwaz

Eithwaz é a runa para teixo, uma árvore sagrada usada para fazer varinhas de runas.

Perth

O significado e / ou tradução de Perth permanece desconhecida.

Algiz

Algiz denotado defesa, proteção, ou de auto-preservação.

Sowilo

Sowilo representou o sol, um elemento importante na adoração pagã.

Tiwaz

A runa do deus da guerra Tyr, Tiwaz foi muitas vezes esculpido em armamento.

Berkano

Berkano foi associada com a árvore de vidoeiro, com Idun, deusa da primavera, e com a fertilidade.

Ehwaz

Ehwaz é a runa para o cavalo.

Mannaz

Mannaz significa homem ou a humanidade.

Laguz

Laguz está associada com água.

Ingwaz

Ingwaz pode se referir tanto ao herói dinamarquês Ing ou para os dinamarqueses em geral.

Dagaz

Dagaz é a runa para o dia ou a luz do dia.

Othila

Othila significa herança ou a transmissão de bens ou conhecimento.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Lenda dos Orixás - Xango - Xangô é reconhecido por Aganju como seu filho legítimo



Aganju era pai de Xangô, 
mas não se conheciam. 
Aganju era tão temido e respeitado 
que deixava a porta de casa sempre aberta 
e ninguém jamais se atrevera a entrar. 
Aganju tinha a casa sempre abarrotada de frutas,
pois o rio, as terras e as grandes savanas lhe pertenciam. 
Um dia, Xangô entrou na casa de Aganju, 
comeu de tudo, se fartou 
e depois deitou para dormir na esteira de Aganju. 

Quando Aganju chegou, 
encontrou aquele negro atrevido 
descansando na maior tranqüilidade. 
Aganju fez uma fogueira e atirou Xangô ao fogo. 
Mas o fogo Xangô não queimava. 
Como iria se queimar se ele próprio era o fogo? 
Então, Aganju tomou Xangô em seus ombros 
e o levou até o mar para afogá-lo. 
Do mar saiu Iemanjá Conlá, a mãe de Xangô. 
Iemanjá intercedeu: 
“O que estás fazendo, Aganju? 
Não podes matar nosso filho”. 
Aganju olhou admirado para Xangô 
e se deu conta de como eram parecidos. 
O filho era tal qual o pai. E disse: 
“Eu, Aganju, sou o homem mais valente e bravo. 
Mais valente e bravo em todo o mundo. 
Tu, Xangô, és tão valente e bravo quanto eu. 
Estou certo de que és realmente filho meu”. 
E eles cantaram e dançaram em regozijo. 


[Notas Bibliográficas e Comentários] 

Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 247 e 248. Originalmente encontrado e/ou transcrito de Samuel Feijoo, 1986, pp. 259-60; Natalia aróstegui, 1994 (a), p. 296. Em outra versão, a mãe de Xangô é Obatalá, que em Cuba pode ser masculino ou feminino: Harold Coulander, 1973, pp. 220-1.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Kolofé!

Lenda dos Orixás - Obá - Obá é possuída por Ogum



Obá escolheu a guerra como prazer nesta vida.
Enfrentava qualquer situação.
e assim procedeu com quase todos os orixás.
Um dia, Obá desafiou para a luta Ogum, o valente guerreiro.
O ardiloso Ogum, sabendo dos feitos de Obá, consultou os babalaôs.
Eles aconselharam Ogum
A fazer oferendas de espigas de milho e quiabos,
Tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia.
Ogum preparou tudo como foi recomendado
e depositou o ebó num canto do lugar onde lutariam.
Chegada a hora, Obá, em tom desafiador, começou a dominar a luta.
Ogum levou-a ao local onde estava a oferenda.
Obá pisou no ebó, escorregou e caiu.
Ogum aproveitou-se da queda de Obá,
num lance rápido tirou-lhe os panos
e a possuiu ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem.
Mais tarde Xangô roubou Obá de Ogum.

[Notas Bibliográficas e Comentários]

Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, pág 314. Originalmente encontrado e/ou transcrito de Pierre Verger, 1985, p. 40; Agenor Miranda Rocha, 1994, PP. 80-1.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Kolofé!

Lenda dos Orixás - Oxossi - Oxóssi mata o pássaro das feiticeiras




Todos os anos, para comemorar a colheita dos inhames,
O rei de Ifé oferecia aos súditos uma grande festa.
Naquele ano, a cerimônia transcorria normalmente,
quando um passar de grandes asas pousou no telhado do palácio.
O pássaro era monstruoso e aterrador.
O povo, assustado, perguntava sobre sua origem.
A ave fora enviada pelas feiticeiras,
as Iá Mi Oxorongá, nossas mães feiticeiras,
ofendidas por não terem sido convidadas.
O pássaro ameaçava o desenrolar das comemorações,
o povo corria atemorizado.
E o rei chamou os melhores caçadores do reino para abater a grande ave.
De Idô, veio Oxotogum com suas vinte flechas.
De Morê, veio Oxotogi com suas quarenta flechas.
De Ilarê, veio Oxotadotá com suas cinqüentas flechas.
Prometeram ao rei acabar com o perverso bicho,
Ou perderiam suas próprias vidas.
Nada conseguiram, entretanto, os três odes.
Gastaram suas flechas e fracassaram.
Foram presos por ordem do rei.
Finalmente, de Irém, veio Oxotocanxoxô,
o caçador de uma só flecha.
Se fracassasse, seria executado
junto com os que o antecederam.
Temendo pela vida do filho,
a mãe do caçador foi ao babalaô
e ele recomendou à mãe desesperada
fazer um ebó que agradasse às feiticeiras.
A mãe de Oxotocanxoxô sacrificou então uma galinha.
Nesse momento, Oxotocanxoxô tomou seu ofá, seu arco,
apontou atentamente e disparou sua única flecha.
E matou a temível ave perniciosa.
O sacrifício havia sido aceito.
As Iá Mi Oxorongá estavam apaziguadas.
O caçador recebeu honrarias e metade das riquezas do reino.
Os caçadores presos foram libertados
e todos festejaram.
Todos cantaram em louvor a Oxotocanxoxô.
O caçador Oxô ficou muito popular.
Cantavam em sua honra, chamando-o de Oxóssi,
que na língua do lugar quer dizer “O Caçador Oxô é Popular”.
Desde então Oxóssi é o seu nome.

[Notas Bibliográficas e Comentários]

Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 113 e 114. Originalmente encontrado e/ou transcrito de Pierre Verger, 1985, p. 289; Verger, 1981 (a), pp. 112-3. Verger, 1985, PP. 17-9; Verger, 1981 (b), PP. 25-35; Verger, 1981 (c), PP. 5 e segs.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Kolofé!

Lenda dos Orixás - Iemanjá - Iemanjá foge de Oquerê e corre para o mar



Iemanjá foi mãe de dez filhos,
fruto de seu casamento com Olofim-Odudua.
Cansada da vida em Ifé, Iemanjá partiu para o Oeste.
Iemanjá assim chegou a Abeocutá.
Lá conheceu Oquerê, rei de Xaci.
Conheceu Oque-rê, Oquê.
Oquê, encantado com a sua beleza, propôs-lhe casamento.
Ela concordou, desde que ele nunca fizesse alusão a seus seios,
seios que eram grandes, fartos, volumosos.
Porque Iemanjá havia amamentado muitos filhos.
Em troca, Iemanjá nunca falaria dos defeitos de Oquerê.
Não falaria de seus testículos exuberantes,
de sua mania de beber demais,
nem entraria em seus aposentos pessoais.
Esses eram os tabus de Iemanjá e Oquerê.

Um dia, Oquerê voltou para casa embriagado,
tropeçou em Iemanjá, vomitou no chão da sala.
Iemanjá o reprimiu, chamando-o de bêbado.
Chamou-o de imprestável.
Oquerê perdeu o domínio das palavras.
Ficou enfurecido.
Oquerê ofendeu Iemanjá,
fazendo comentários grosseiros sobre os imensos seios dela.
Iemanjá lembrou-o dos defeitos dele,
como ele bebia, como tinha exagerada a genitália.
Entrou no quarto dele e apontou a confusão que lá reinava.
Não havia mais reconciliação possível.
Todos os tabus estavam quebrados.
Oquê quis surrar Iemanjá
e ela fugiu.

Iemanjá saiu em fuga para a casa de sua mãe Olocum.
Iemanjá tinha um presente que ganhara dela,
uma garrafa com uma poção mágica, que levou consigo.
Na fuga, Iemanjá derrubou a garrafa e dela nasceu um rio,
que levaria Iemanjá ao mar, a casa de sua mãe.
Assim Iemanjá iniciou seu curso em direção ao mar.
Mas Oquerê, que a perseguia, tentou impedi-la de abandoná-lo.
Transformou-se ele próprio numa altíssima montanha,
que impedia o curso de Iemanjá em direção ao mar.
Oquerê transformou-se em Oquê, a montanha,
para impedir que Iemanjá, o rio, corresse para o mar.
Iemanjá chamou em seu auxílio Xangô, seu filho poderoso.
Xangô pediu oferendas e no dia seguinte provocou a chuva.
E quando a tempestade era forte, Xangô lançou um raio,
que num estrondo dividiu o monte Oquê em dois,
formando um vale profundo para a passagem de sua mãe, o rio.
Livre, Iemanjá seguiu para a casa da mãe dela, o mar.
Assim Iemanjá Ataramabá foi aconchegar-se no colo de Olocum.

[Notas Bibliográficas e Comentários]

Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 383-5. Originalmente encontrado em William Bascom, 1980, pp. 45-6, 489-93; Pierre Verger, 1981 (a), p. 190; Verger, 1981 (b), pp. 59-63; Verger, 1985, pp. 50-2; Agenor Miranda Rocha, 1994, pp. 83-4. variantes deste mito dizem que Iemanjá teria entrado num quarto proibido do palácio de Oquerê, buscando comida para seus hóspedes, e que seu marido teria então ridicularizado os fartos seios da esposa. Iemanjá replicara fazendo alusão aos enormes dentes de Oquerê e, noutra variada, fazendo pouco de seus desproporcionais testículos. Mito mito parecido ao de Otim. Noutra versão, o marido é Ogum (Ulli Beier, 1980, pp. 45-6). Em muitos candomblés, a Iemanjá aqui descrita corresponde à qualidade Ataramabá.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Kolofé!

Lenda dos Orixás - Nanã - Nanã tem um filho com Oxalufã



Nanã era considerada grande justiceira.
Qualquer problema que ocorresse,
todos a procuravam para ser a juíza das causas.
Mas sua imparcialidade era duvidosa.
Os homens temiam a justiça de Nanã,
pois se dizia que Nanã só castigava os homens
e premiava as mulheres.
Nanã tinha um jardim com um quarto para os eguns,
que eram comandados por ela.
Se alguma mulher reclamava do marido,
Nanã mandava prendê-lo.
Batia na parede chamando os eguns.
Os eguns assustavam e puniam o marido.
Só depois Nanã o libertava.

Ogum foi reclamar a Ifá sobre o que ocorria.
Segundo Exu, conhecido como bisbilhoteiro,
Nanã queria dizimar os homens.
Os orixás reunidos resolveram dar um amor para Nanã,
para que ela se acalmasse
e os deixasse em paz.
Os orixás enviaram Oxalufã nessa missão.

Chegando à casa de Nanã,
Oxalufã foi servido com ricos alimentos.
Mas o velho pediu-lhe que fizesse um suco de igbins, de caracóis.
Oxalufã, muito sábio, fez Nanã beber com ele o suco.
Nanã bebeu do omi eró, a água que acalma.
Assim Nanã foi se acalmando.
Cada dia que passava Nanã se afeiçoava mais a Oxalufã.

Pouco a pouco Nanã foi cedendo aos pedidos de Oxalá.
Mas até então Nanã não havia mostrado a ele seu jardim.
Um dia uma mulher queixosa do marido procurou Nanã,
e ela, aconselhada por Oxalufã, quis ouvir ambos os cônjuges,
não só a mulher, mas também o seu marido.

Nanã tinha se acalmado.
Mostrou de vez todo o seu reino a Oxalufã.
Mostrou também como comandava os eguns.
Oxalá observou tudo.
Um dia, quando Nanã se ausentou de casa,
Oxalá vestiu-se de mulher e foi ter com os eguns.
Com a voz mansa como a da velha,
Oxalá ordenou os eguns que dali em diante
eles atenderiam aos pedidos do homem que vivia na casa dela.

Em sua volta Nanã foi surpreendida com a afirmação de Oxalá,
que ele também mandaria nos eguns.
Mesmo contrariada, Nanã acatou o dito,
pois estava enamorada do velho,
queria ter com ele um filho.
Mas Oxalá disse a Nanã
que não poderiam ter um filho,
pois ambos tinham o mesmo sangue.
Nanã estava inconformada
e não aceitou o interdito.
Nanã preparou uma comida contendo um pó mágico
e o pó fez com que Oxalá adormecesse.
Aproveitando-se do sono de Oxalufã,
Nanã deitou-se com ele e engravidou.
Quando acordou,
Oxalá ficou muito contrariado.
Não podia mais confiar em Nanã,
pois Nanã se aproveitara do sono de Oxalá.
E Oxalá teve que abandonar Nanã.
Abandonou Nanã e foi viver com Iemanjá.



[Notas Bibliográficas e Comentários]

Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi, publicado pela Cia das Letras, págs 198 – 200. Originalmente encontrado em Monique Augras, 1983, pp. 136-7.

Egum [Égún] – antepassado, espírito de morto, o mesmo que egungunm; alguns orixás são eguns divinizados.
Igbim [Ígbin] – caracol catassol; animal predileto de Oxalá.
Omi Eró [Omi èró] – literalmente, água que acalma; abô de folhas suaves; também “sangue” de caracol.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Kolofé!