segunda-feira, 23 de maio de 2016

Orixás transformados em pessoas formam série fotográfica "The Orisha Experience"




Os Yorubás, um dos maiores grupos étnicos da África, vivem em sua maioria no oeste da Nigéria. Nessa sociedade tradicional, originou-se, em sua religião, o culto idolátrico ao orixá. Durante muitos anos, a fé yorubá foi difundida e ramificada dentro do continente africano, mas foi só com o voraz e desumano tráfico negreiro que a América (especialmente Brasil e Cuba) passou a conhecê-la. O surgimento das religiões afro-brasileiras se deu por meio da fusão da cultura de sacerdotes africanos escravizados que passaram a cultuar mais de um orixá. Assim, surgiram religiões como o Candomblé e a Umbanda.

Para quem não sabe, os orixás são ancestrais divinizados que se manifestam os elementos do cosmos, dos seres vivos, dos fenômenos naturais, dos elementos da natureza e dos sentimentos imanados aos seres humanos. A literatura de toda essa cultura, desde as primeiras crenças até as ramificações atuais, é ainda muito escassa. Essas divindades vivem em nossa imaginação, cada um com a sua imagem ideal, tornando-se base ilustrações e desenhos. A originalidade do trabalho que venho a falar trata exatamente disso.

James C. Lewis é um fotógrafo que aplicou responsabilidade social em sua arte. Negro e norte-americano, viu o seu trabalho como uma ferramenta de combate ao racismo, ao evidenciar a beleza afro e participar de campanhas contra o preconceito. A identidade que ele criou deu espaço a novas experiências fotográficas, entre elas a exploração de suas raízes religiosas.

Dado o modelo de educação ocidental, James não chegou a ter muito contato com religiões politeístas em seus dias de escola. O interesse por conhecer mais resultou no estudo da riqueza cultural dos yorubás e, imediatamente após esse contato, inspirou-se para criar uma série de fotos retratando a sua visão artístico-criativa dessas divindades. Lewis decidiu focar-se na verdadeira origem da fé yorubá, portanto o nome de cada orixá foi escrito no dialeto original da época de sua concepção.
Impressione-se com a coleção Yoruba African Orishas:

























Exú: Divindade africana das encruzilhadas, contraventor, 
mensageiro entre a humanidade e divindades.

Iansã: Divindade guerreira africana do vento, mudanças repentinas, furações e fontes poderosas.

Ifá: Divindade africana da sabedoria, adivinhação e previsão.

Oxum: Divindade africana da beleza, amor, fertilidade e deusa dos rios.

Olokun: Divindade africana do oceano profundo, do abismo e simboliza sabedoria insondável.

Ossanha: Divindade africana da floresta, curandeiro natural e guardião das ervas.

Xangô: Divindade africana do fogo, do relâmpago e do trovão. 
Também representa poder masculino e sexualidade.

Aganju: Divindade africana dos vulcões e dos desertos. É o pai de Xangô,
 mas apontado como irmão em outras histórias.

Obaluayê: Divindade africana das enfermidades e doenças infecciosas. 
Também é o curador de  todas as moléstias.

Erinlé: Divindade africana da saúde física e do bem-estar. 
Atua como médico para os deuses.

Oxalá: Divindade africana da humanidade, representa a retidão espiritual e moral. 
Rei do pano branco e segundo filho de Olorum.

Obá: Divindade africana do casamento e domesticidade.

 Esposa banida de Xangô e filha de Iemanjá.

Oxumaré: Divindade africana do movimento direto, do arco-íris e da serpente. 
Guardião das crianças, mudanças de sexo, senhor das coisas alongadas
 e controlador do cordão umbilical.

Okô: Divindade africana da agricultura e da colheita.

Olorum: Deus criador do universo. Pai de todos os orixás e do céu.

Orí: É o conceito metafísico de uma instituição espiritual e do destino. Significa cabeça.

Oxóssi: Divindade africana da caça e da aferição. Vingador do acusado 
e daqueles que buscam justiça.

Iemanjá: Mãe divina africana da humanidade. Divindade do mar, 
filha de Oxalá e mulher de Aganju.

Ibeji: Divindades africanas crianças da juventude e vitalidade. 
Também conhecidos como os gêmeos sagrados.

Ogum: Divindade africana guerreira, do ferro, trabalho, política, 
sacrifício e da tecnologia.



sábado, 21 de maio de 2016

Voduns Dahomeanos... Oceania

Voduns da Oceania





Voduns das Águas Oceânicas

    O oceano abriga uma variedade imensa de entidades, dentre estas, encontramos muitos Voduns masculinos e femininas.
     Para falarmos sobre as Naês (mães) que habitam o oceano, torna-se necessário falarmos dos Voduns masculinos que moram com elas.
    Para os adeptos do culto Vodum o oceano é o grande Hu-Non (ru-nom), considerado o maior de todos os Voduns.

   Naete (naêtê) e seu esposo Vodum Hou (rou)  são os deuses  que reinam esse universo oceânico.  Enquanto Naete fica nas águas calmas, Vodum Hou desbrava todas as regiões e dá a cada Vodum suas tarefas.
 Naete (naêtê) -  Vodum feminino do panteão do trovão que habita as águas calmas antes da arrebentação, esposa de Vodum Hou.
 Hou (rou)  -  Vodum masculino do panteão do trovão casado com Naetê, pai de Aveheketi, trindade muito cultuada e honrada nos templos do Trovão.  Sua morada são as volutas bramantes das ondas que arrebentam no litoral.
     Cada Vodum habita uma região do oceano e têm uma função.  Assim vamos encontrar:

Vodum Nate (natê) - Vodum do panteão do trovão que habita o mar. Adorado pelos pescadores e por todos que trabalham no mar. É o grande guardião que habita em todo o oceano, mar e praias.

Sayo (saíô) - Vodum feminina do pan­teão do trovão, irmã de Avhekete. Ha­bita as ondas do mar que fazem o nível do oceano subir. Considerada como uma sereia

Vodum Tokpodun (tópôdum) -  Vodum feminina, deusa do rio.  Seu frescor traz claridade para as cabeças e sua tran­qüilidade traz a paz.  Símbolo de beleza, feminilidade, fertilidade, graça e caráter.  Filha de Naete deusa do oce­ano, irmã de Avhekete. Foi expulsa do oceano por seus irmãos por seu caráter forte indo então, morar no rio.

Vodum Tchahe (tchárrê) -  Vodum feminina do panteão do trovão, irmã de Avhekete. Habita o marulhar das ondas das águas oceânicas.

Vodum Agboê (abôê) -  Vodum masculino do panteão do trovão, filho de Saho. Rea­liza tudo através de um talismã que preparou junto com seu pai. Dança com muito vigor, gira em torno de si mesmo e transforma–se na água que é Hu, o mar.  Depois disso sai e pede a uma vodunsi que recolha água do mar, coloque em um ponte e a esquente.  O resultado disso é o huladje, o sal.

Vodum Avehekete (averequéte) - Vodum masculino do panteão do trovão,muito agitado, habita a arrebentação marinha. É quem leva as men­sagens de seu pai, Vodum Hou,  às di­vindades marítimas e aos homens. Costuma  roubas as chaves de sua mãe para da-las aos homens.
Voduns gêmeos Dôtsê e Saho (dôtissê e Sarrô) - Dôtse  nasceu à noite e Saho de manhã.  Ela tem um olho em um lado da terra e Saho no outro lado.  Considerados os Voduns que olham o mundo. Panteão  do trovão, habitam sobre o mar.

Vodum Yedomekwe (iêdômêqüê) - Vodum feminina que faz chover. Habita na evaporação das águas oceânicas.

Goheji (gôrêji) - Vodum jovem muito alegre e falante,  habita o encontro das águas das lagoas com o mar. Essa mãe gosta muito de passear pelas lagoas e lagos misturando-se com os patos d´água em seu bailado e fica muito aborrecida se algum caçador mata ou fere uma dessas aves.  Veste roupas azul, verde água, prateado com rosa clarinho ou azul.  Gosta de adornos prateados, pérolas e perfumes suave.  Pertence ao panteão da terra. Quando Goreji resolve passear em águas oceânicas, os cavalos marinhos que a adoram ficam ao seu dispor para transportá-la e passear com ela. Em seu assentamento podemos colocar bonecas coloridas e outros brinquedos de menina.

Vodum Aboto -  habita as águas doces profundas que desembocam no mar.  É sempre confundida tanto como Oxum quanto como Yemanja. Uma das Voduns mais velha do panteão da terra. Veste branco, branco com amarelo, amarelo clarinho, suas contas são amarelo pálido. Gosta de adornos dourados e perfume.  Não gosta de muito barulho perto dela. Fica fascinada com o barulho dos búzios em movimento com as águas e faz desses seu oráculo.

Os gêmeos Dazodje (dázôdjê) e Nyohuewe Ananu (niôrruêuê ananú) - habitam nas riquezas depositadas no fundo do mar e são considerados os Voduns da Riqueza. Não são feitos na cabeça de ninguém.

 Erzulie (erzúliê) -  Vodum feminino que  habita o reino abissal, pertence ao panteão da terra. É considerada a mãe de Agué e Olokwe.  Essa Vodum também é conhecida como Erzulie-Dantor, poderosa conhecedora da alta magia. Dizem os bakonos que ela se assemelha a Netuno, pois está sempre tentando levar toda a humanidade para habitar o oceano. Ela diz que todos os humanos têm a capacidade dos anfíbios e que todos se originaram do fundo do mar.  Alguns acreditam que é um Vodum andrógino. Em momento de afogamento devemos chamar por Vodum Abe (abê) e Vodum Sayo para que essas convençam Erzulie que nosso lugar é na terra.

Oulisa (oulissá) -  Vodum masculino que habita as águas claras e frias do oceano. Esse Vodum é sempre muito confundido com Lisa (lissá) ou Oxala.  Veste branco com detalhes prateado ou dourado. É um Guerreiro dos Mares. Panteão da terra.

Abe (abê) - Vodum feminina irmã de Bade, panteão do trovão. Habita as águas revoltas do oceano. Sempre que acontece um naufrágio é ela junto com Vodum Sayo que tentam salvar os náufragos. Considerada uma das mais velhas mães do mar, sempre substitui Naete, quando essa precisa se ausentar do reino. Noche Abe é considerada a palmatória do mundo, cabe a ela  mostrar as verdades e não deixar que essas sumam nas águas, dizem os antigos que o ditado “A verdade sempre anda sobre as águas, nunca afunda, um dia ela aparecerá na praia”  foi dito por Abe. Assim como Erzulie, Abe é conhecedora de alta magia.  Veste branco, azul muito clarinho.
Existe uma grande confusão entre o nome desta Vodum com as Voduns  Abe Huno (abé runô), Abe Gelede (abé geledê), Abe Afefe (abé afêfê) que são Voduns guerreiras dos raios, tempestades e ventos.


Afrekete (afrequéte) -  é a mais jovem e mimada Vodum do panteão do trovão, habita em todo o oceano.  Junto com Nate(natê) desempenha o papel de Legba, guardando os mares. Protege os pescadores  e pune todos aqueles que insultam os deuses e habitantes do mar.  Quando vê uma embarcação pirata, agita as águas para que essa naufrague e após esse, entrega todo o tesouro encontrado aos Voduns da riqueza e os mortos à Abe Gelede (abé).
Aouanga (auangá)  -  Vodum masculino do panteão do trovão, irmão de Avehekete. Habita as lagunas marinha. Suas águas engolem os ladrões.
Agoen (agôêm)  -  Vodum filho de Saho, reina na areia branca que cobre o chão das praias e oceanos.


Todos os voduns comem amió, que se faz cozinhando feijões pretos até ficarem secos, bem grudados, para serem comidos com rodelas de cebola e muito azeite.
Agwe (agüê) - Vodum  feminina do panteão da terra que habita sobre as águas oceânicas. Muito afetuosa, está sempre atenta as necessidade alimentares do homem e os ajuda a prover sua mesa, usando sua arma principal, a dam (rede).
 São tantos os Voduns que habitam as águas oceânicas que torna-se impraticável descrever todos aqui nesse espaço.
     Temos em nosso culto uma linda cerimônia denominada GOZIN (gozim) onde fazemos oferendas à todas as divindades que habitam as águas.  É um momento muito sublime, de uma energia indescritível.  Quando “gritamos” Agoki-Agoka (agôqui-agôcá) podemos perceber a chegada de cada um deles.

    Não poderia deixar de citar o mito do monstro marinho Mokele-Mbenbe (môquêlêbêmbê), animal do tamanho de um elefante, um pescoço longo, um único chifre e uma enorme calda envolada que ataca as embarcações.  Muito temido e respeitado em todo o Dahomey até os dias de hoje.  

Voduns Dahomeanos... Guerreiros

Voduns Guerreiros






Exite a família do Badagris , conhecido como os guerreiros .
E nessa familia estão os Voduns :

Gu:

Gu é a denominação fon do vodun senhor da guerra, da metalurgia, da cirurgia e das escarificações. Aparentemente, o culto de Gu foi introduzido no atual sul do Benin no final do século XVII por ferreiros e cirurgiões iorubás, e se tornou bastante popular, sendo cultuado nos templos e conventos de praticamente todos os demais voduns, além de ter os seus próprios. O emblema principal de Gu é o gubassá, que é uma adaga metálica adornada com desenhos místicos, utilizada em diversos rituais, incluindo o culto de Fa, para abrir caminho para o mundo dos espíritos. O gubassá é também conhecido e utilizado no vodou haitiano. Em segundo plano fica o gudaglô, menor que o gubassá e que Gu utiliza para defender seus filhos dos inimigos. Na iconografia fon, o vodun Gu é representado portando estes dois sabres, o gubassá na mão direita e o gudaglô na mão esquerda. Tem semelhança com o orixá Ogum dos Iorubás.


Agbé Gèlèdè :
Agbé Gèlèdè, senhora dos mortos e do culto aos Akututos (ègún). Agbé Gèlèdè teria o poder e a importância de Oyá Igbalé dos cultos iorubás, sendo invocada em síhúns, ègbós e limpezas nas quais seja necessária sua presença. Representa o desencarne e a aceitação do espírito para com sua morte, sendo responsável pelo envio dos espíritos desencarnados para o òrún.

Agbé Afefé :
Agbé Afefé ligada a alegria e a felicidade, também aos mortos, seu símbolo são as flores as quais ofertamos a nossos entes queridos, que representam toda felicidade que passaram em suas vidas. Agbé Huno, a Aveji Da guerreira e da tempestade..
 Klamklamle (Borboletas)

Dosú Agaja :
jovem cavaleiro, boêmio, poeta, compositor e tocador. Pai dos três toqüéns Doçupé, Nochê Decé e Nochê Acuevi.

(Portal do Vodun)

Voduns Dahomeanos... Caçadores

Voduns Caçadores.




Vodum Otolu :
Chefe caçador de Savalú

 vodun Otolu, originario da cidade de savalu, com similiaridade com ossosi mas que na realidade nao o é.
Segundo o mesmo retrata no seu texto que Otölú que significa ´´Chefe caçador de Savalú´foi conquistado quando Da Langàn acabou com uma tentativa de invasão pelos Nago na floresta de Savalú, então seu pai o Rei Kuxösu deu-lhe o título de Otölu e no mesmo dia ele ganhou o comando dos Valutö um grupo seleto de guerreiros caçadores que o próprio Otölu era membro e agora ele os comandava. Com o adoecimento de seu pai, Da Zoji seu irmão primogênito assumiu o trono e assim Otölu assumiria também os Zuncötölë. Quando Otölu assumi a liderança dos Zuncötölë ele ganha importância dentro do reino e principalmente dentro do clã Sakpatá pois agora ele tinha uma função de captar alimentos da floresta e proteger o reino.



Vodum Agué :
Agué é o vòdún relacionado as matas e a tudo que nela existe. É assimilado ao orixá Ossaim dos yorubás porém, ao contrário dessa divindade, Agué está ligado ao nosso cotidiano, sendo um vòdún responsável pela alimentação, caça e cultivo das plantas. O correto ao comparar Águé com algum orixá seria, dizer que Agué une o poder de Ossaim com a responsabilidade de Odé. Ele é responsável pela fauna e flora e, é cultuado após Gun  nos dias de festa. Agué é o senhor de todas as folhas, estando atribuído a ele, o domínio das mesmas e seu cultivo, desde o arar da terra, o adubo e o plantio. Usa Arco e flecha assim como Odé dos yorubas, sendo um grande caçador , dentro da cultura jeje, o responsável pelo alimento de cada dia. Todas as sementes, folhas, caules, raízes, flores, etc, pretencem a Agué, sendo ele o guardião de toda a flora. Tem domínio também sobre todos os animais da floresta, aqueles que vivem e se alimentam na mesma, sendo responsável pela proteção desses animais, combatendo a caça ilegal e quem os maltrata juntamente com  Òtòlú. É filho de Nanã , com ela aprendeu o domínio sobre os mortos, tendo muita ligação com íkú e seus mistérios. Conhecedor de alta magia, Agué não teme íkú , possuindo extremos laços com ambas energias. Águé ensinou para todos os seres humanos como cultivar as plantas e principalmente como utilizar as ervas medicinais. Para os mais velhos, Agué é o único vòdún que realmente é cultuado dentro do templo, sendo os demais cultuados em átínsás – as árvores sagradas. Não se inicia ninguém sem a interceção de Águé. Todas as ervas são de seu domínio mas, em particular, o Pèlègún simboliza a força desse vòdún, usando-o para controlar ou afastar os ègúns, sendo este um de seus mais preciosos átínsás. Pertence a família da terra e com certeza é o vòdún que melhor representa o poder de Àíkúgúmàn (terra), deixando bem claro a importancia da terra para a existência de todo ser vivo. Águé é a liturgia, a ancestralidade, a sabedoria, a herança e a hierarquia. É responsável pelo passar da cultura de pais para filhos, mantendo bem viva as lendas e o culto dos vòdúns, como toda tradição africana em geral. Muito coligado a Lòkò e a Sákpátá. Sua cor é o chumbo, seu elemento a terra e o ar e sua saudação Áhò gbò gbòy Águé ou Águé beno beno.

Lembrando também  apesar de muitas semelhanças  com Ossain, são profundamente equivocadas, já que o processo iniciático, as folhas, os cânticos, os kuhãs, os banhos e até o próprio tempo de recolhimento, acabam por estabelecer profundas diferenças.
Mas, no caso de Agué - Agè - Vodun considerado menino, filho predileto de Mawu e Lissa, essa diferença fica ainda mais nítida. No nosso caso, Agué exerce o mesmo papel de Ogun, para os Nagôs: é o nosso militar, nosso combatente, nosso guerreiro, nosso defensor, o responsável pela segurança espiritual das casas, combatendo feitiços e feiticeiros. Usa elementos de caça e espingarda, e em sua representação é ilustrado sem uma das pernas, condição esta, descrita em uma de suas cantigas. Achei em minhas buscas a seguinte frase em fongbe: Agè Vodun nó gló azĕ. = O Vodun Agué, é quem nos defende dos feitiços.

Vodum Adjarunsi :
Adjarunsi é um vodun masculino, pertencente ao panteão da terra e extremamente coligado ao universo das Naés (mães d’água). É um exímio caçador e pescador, e vive na beira dos rios acompanhando as Naés. Rege os animais que vivem tanto na terra quanto na água, tais como répteis, anfíbios e alguns pássaros. Divindade da juventude e da alegria, representa a inocência e a pureza, protegendo as pessoas durante a fase jovem. Responsável por todo o aprendizado das crianças, desde fala até mesmo o andar. Suas cores variam entre o azul, beje e vermelho .



Vodum Avereket :
Averekete nasceu da união do vodun Sogbo com Naeté (em outros mitos com Naé Agbé), tornando-se então um elo entre os voduns do céu (jí-voduns) e os voduns do oceano (tó-voduns). Desempenha a função de mensageiro entre estes voduns. É visto como um vodun jovem, com idade semelhante a de um adolescente. Vive na beira do mar e tem como símbolos o machado simples, o anzol e o punhal. Suas cores são o azul, o vermelho e o branco. Na Casa das Minas é usado o termo tóquen ( tóqüen ) ou toqueno (toqüeno) para designar Averekete e outros voduns jovens tidos como adolescentes.
No Jeje Mahi, Averekete pertence a família dos Voduns Kavionos (ou Hevioso), visto como o filho mais jovem de Sogbo.



Vodum Bosso jara :

Vodum Jotim :

Vodum Jotam :


Vodum Azaka :
Azaka vodum caçador, raro e muito antigo. Vodum masculino da familia de Sakpata, que é rei de Savalu, irmão de Agongone e de Tôpa. Considerado o Vodum da agricultura. Vive nas partes mais escuras das florestas de Savalu, aceita suas oferendas em grutas mais escondidas, pois gosta de comer em segredo. Usa arco e flecha. É um caçador de extrema habilidade e conhecimento das florestas de Savalú. Tio de Otolú, caçador que desde pequeno mostrava suas habilidades   na caça e na arte de guerrear, sempre aos cuidados de seu tio (Azaká) que como irmão de seu pai, lider dos Zuncotole (Guardiões da floresta) preparou Otolu para sucedê-lo.  Nesse tempo Azaká, Otolú e seu primo Azönwani quando juntos em caçadas ou batalhas na floresta eram chamados pelos inimigos e admiradores de "Hùndevalú" título dado aos grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Suas oferendas são as mesmas de Otolu e das de Sakpata, bolos de milho, pipoca, frutas, eran-peterê, bifes de porco, cereais etc. Suas cores são o azul claro  podendo ser acrescentadas as cores de Sakpata. Sua saudação é BISALO (bi-saló), cuja resposta é “Lo (ló)”. Seu fetiche é um camponês carregando um saco de palha nas costa, cheio de cereais.
Vodun homenageado  na Casa das Minas - Maranhão junto com as festividades de Oxossi.
No Haiti, Azaka, Azacca, Papa Zaka ou Kouzen Zaka ("Primo Zaka") é o loa (vodum) haitiano da agricultura e do trabalho, representado como um camponês vestido de karabel ("brim"), com um mushwa ("lenço") vermelho no pescoço e um chapéu de palha, carregando um djakout (bolsa franjada de ráfia) e um machete e fumando cachimbo.
É mestre em tratar doenças com ervas que carrega no djakout. Tem uma voz agunda e nasal quando é muito enérgico. Costuma cantar que ele não rouba, não pede caridade, e então rouba algo. Muitas de suas canções falam de gente que lhe pede coisas que ele não tem. É um dançarino muito vigoroso e freqüentemente enrola uma perna de caça até o joelho. Tem muitos filhos e os vê como forma de proteção no futuro.

(Portal do Vodun)

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Voduns Dahomeanos... Sobô

Vodum Sobô




As informações mais antigas que encontrei sobre os Voduns do panteão do trovão, datam do final do séc. XV e princípio do séc XVI.
Nas aldeias lacustres, nos arredores do atual Allada, era cultuado o Vodum Setohoun (espírito da laguna).
Quando Setohoun chegou a aldeia de Hevie (reviê), os nativos o batizaram com o nome de Hevioso ou Hebyoso (na minha opinião Hevioso seria o mais correto, visto a sua tradução ser: hevi: nome da cidade e oso ou so: raio = raio de Hevie).
Em Dahomey ele recebeu o nome de Xevioso, quando chegou trazido por uma nativa da aldeia de Hevie.
Na cidade de Mahi era cultuado o Vodum Djiso (djisô) na tribo Djétovi. Nesta mesma cidade, também eram cultuados os Voduns: Gbame-so (bamé-sô) que tudo indica ser o mesmo Bade que conhecemos no Brasil; Akhombe-so (acrombé sô); Ahoute-so (aroutêsô) e Djakata-so (djacatá-sô).
Vale assinalar que em toda a região do Dahomey atual Benin, até os dias de hoje, todos esses Voduns inclusive o Orixá Shango são chamados de SO (sô), que quer dizer raio.
Sogbo era e ainda é, para o povo daomehanos a grande deusa, mãe de todos os Voduns So e irmã de Hevioso. Junto com seu irmão lidera a família.
A partir do meado do séc. XVI o culto desses Voduns se espalhou por todas as regiões do Dahomey. Com essa expansão, novos Voduns foram surgindo. Vejamos alguns deles:
Adantohun (adantôrrum) (seria o que conhecemos como Soboadan?!)
Ahuangan (arruangam)
Alansan (alansam)
Kasu Kasu (cassu cassu)
Saho (sarrô)
Aden (feminina)
Gbwesu (buêssu)
Akele (aquêlé)
Besu (bêssu)
Ozo (ôzô)
Kunte (cuntê) feminina
Beyongbo (beionbó) (feminina)
Dawhi (dauri)
Hungbo (rumbó)
Salile (salilê)
Ahuangbe (arruambé)
Contam os vodunos e Hunos que devido as tribos litorâneas que prestavam culto aos xwala-yun (deuses do mar) adotarem o culto a So, Agbe e Naete foram designadas a se estabelecerem no mar junto ao grande Vodum Hun e que a partir daí, o culto dos dois panteões se fundiram nos cultos.
Ao nível de Brasil, por tudo que pude constatar em minhas pesquisas, não vi muita diferença entre nosso culto e o dos africanos. A maioria dos So que existem no Benin existe aqui também.
No Brasil é comum as pessoas chamarem todos os Voduns do panteão do fogo de “Sobo”.
Vejamos alguns Voduns e suas características:
Kasu Kasu (cassucassu) - Guerreiro que defende as aldeias e ou casas de santo onde é cultuado. Os inimigos têm pavor de Kasu. Dizem que quando em luta ele cospe fogo sobre os inimigos. Quando em guerras, Kasu coloca-se a frente da aldeia e ou casa de santo e abre seus braços criando assim um obstáculo que impede os inimigos de atacar. A tradução de seu nome é barreira.
Sogbo (sobo) - Vodum feminina considerada a mãe de todos os So. Faz trovejar para alertar os homens que os deuses julgadores e da justiça estão insatisfeitos e que o trovejar é sinal do castigo que está por vir.
Djakata-so (djacatásô) - Muito forte. Em sua ira arranca as árvores e as joga sobre os inimigos e aldeias. Defende seus filhos mesmo que eles estejam errados, só não podem errar com ele.
Hevioso (reviossô) - Seus raios rasgam os céus acompanhados dos trovões, destruindo cidades inteiras e fulminando os inimigos. Dizem os Hunos que é preciso oferecer sacrifícios ao deus do trovão para aplacar sua fúria. Ele odeia ladrões e malfeitores e os mata. Quando esta, satisfeito, Hevioso dá a chuva e o calor que tornam férteis a terra e o homem.
Akholongbe (acrolombé) - Ataca os inimigos ou castiga o homem enviando granizo, ë faz os rios transbordarem. É ele quem controla a temperatura do mundo. Quando está calmo e satisfeito, ajuda o homem dando-lhe bons movimentos financeiros.
Ajakata (ajacatá) - O grande guardião dos céus. Somente ele possui as chaves que permite a entrada dos homens nos céus. Quanto aborrecido envia as chuvas torrenciais.
Gbwesu (buêssu) - É uma das mais calmas, é o murmúrio dos trovões no horizonte.
Akele (aquêlé) - É quem puxa as águas do mar para o céu e a transforma em chuva.
Alasan (alassam) - Talvez o mais velho de todos. Ensinou ao homem o culto de So.
Gbade (badé) - Jovem, guerreiro, brigão, implicante, muito barulhento. Adora beber e quando o faz arruma bastante confusão deixando todos atordoados. Adora esconder as coisa (pertences) e se diverte em ver as pessoas procurando. No trovão ouve-se sua voz gritando para que os homens consertem o que está errado. Sua morada são os vulcões.
Adeen (adêêm) - É ela quem faz escurecer os céus e envia os relâmpagos que fulminam. Sua mãe Sogbo ralha com ela dizendo: - Ahunevi anabahanlan! (não mate as pessoas).
Aden (adêm) - Vodum masculino do panteão do trovão, que veste roupa branca. Dá as chuvas finas que faz as árvores frutificarem e, em conseqüência, é guardião das árvores frutíferas. É o mesmo Vodum Adaen conhecido no Brasil. Em um combate, mata os inimigos pelas costas, não a traição. Todo cuidado é pouco para lidar com esse Vodum, pois a primeira vista ele não demonstra seus desagrados
Ahuanga (arruanga) - Vodum masculino muito velho e grande feiticeiro do panteão do trovão, filho de Saho. Em um salto transforma–se em fogo para proteger seus adeptos e queimar seus inimigos, depois disso desaparece numa moringa. Tudo que é seu é enterrado.
Auanga (auangá) - Vodum masculino do panteão do trovão, irmão de Avehekete. Habita as lagunas marinha. Suas águas engolem os ladrões.
São muitos os Voduns desse panteão.
Os So ou Sobos não gostam de malfeitores e ladrões de um modo geral eles se irritam e matam esses elementos.
A água da chuva depositada nos telhados é um dos seus maiores beko (becó (kisilas)). Também não gostam de feiticeiros e bruxos e se esses se meterem com seus protegidos Ele os fulmina.
Os akututos (eguns) não constituem um beko para esses Voduns, mas eles também não gostam muitos dos mesmo. Quando é necessária a presença de um deles para afastar esses espíritos, se fazem presente e com muita energia os afugentam.
Sua principal dança é o hundose (rundôssé (Brasil)) e o dogbahun (dôbarrum ( África)). Pela descrição dessa ultima, acredito que seja o mesmo hundose que conhecemos no Brasil.
Sosiovi (sôssiôvi) é nome do chocalho de So ou Sobo.
Sokpe (sopé) é o machado de Hevioso, feito com pedras de raio.

(Portal do Vodun)

Voduns Dahomeanos... Azansu

Vodum Azansu



Para o povo Jeje, Sakpatá foi trazido para o Dahomey, por Agajá, no século XVIII, vindo da cidade de Dassa Zoumé, mais precisamente, da aldeia de Pingine Vedji.
Todos os Voduns, pertencentes ao panteão de Sakpatá, são da família Dambirá.
Nesse panteão temos vários Voduns. O mais velho que se tem notícia é Toy Akossu, no transe, ele se mantém deitado na azan (esteira). Dizem os mais velhos, que Toy Akossu é o patrono dos cientistas, ele dá à eles inspirações para a descoberta das fórmulas mágicas que curarão as doenças e as pestes. Ele é a própria "doença e cura", como também um excelente conselheiro.
Azansu é um outro Vodum velho, porém mais novo que Toy Akossu. Seu assentamento fica em local bem isolado do Kwe, sendo proibido tocá-lo. Somente UMA pessoa designada por ele mesmo pode tratar desse assentamento. Azansu  quem sempre faz todas as honras para seu irmão Toy Akossu, quando ele está em terra.
Toy Abrogevi é um Vodum velho, filho de Toy Akossu, que gosta de comer quiabo com dendê, paçoca de gergelim e fumar cachimbo de barro. Toy Abrogevi gosta muito de Badé e se tornou muito amigo dele. Foi com Badé que aprendeu a comer e a gostar de quiabo.
São tantos Voduns desse panteão que seria praticamente impossível descrever cada um aqui.
Esses Voduns são rigorosos no que tange a moral e os bons costumes. Nunca admitem falhas morais dentro dos kwes e, quem faz essa fiscalização para eles é Ewá, filha de Toy Azonce.
As cores de contas e roupas usadas por esses Voduns podem variar de acordo com o gosto de cada um. Todos usam roupas feitas de palha da costa sendo umas mais curtas e outras mais compridas. Sakpatá usa todas as cores e o estampado, sempre com a presença das cores escuras.
Símbolo fortemente ligado a Sakpatá, a palha da costa é a fibra da ráfia, obtida de palmas novas, extraídas de uma palmeira cujo nome científico é raphia vinifera. No Brasil, recebe o nome de Jupati. A palmeira é considerada a "esteira da Terra".
A palha da costa, tendo sua origem na palmeira, ganha o simbolismo universal de ascensão, de regenerescência e da certeza da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos. Um símbolo da alma. Além de proteger a vulnerabilidade do iniciado, sua utilização também é reservada aos deuses ancestrais, numa reafirmação de sua ancestralidade, eternização e transcendência.
Os Sakpatás podem trazer nas mãos o xaxará, ou o bastão, a lança, o illewo ou ainda, uma pequena espada. A maioria deles gostam de manter o rosto coberto pela palha da costa, outros gostam de mostrar o rosto. Todos gostam muito de usar búzios e chaorôs (guizos).
O búzio, simboliza a origem da manifestação, o que é confirmado pela sua relação com as águas e seu desenvolvimento espiralóide a partir de um ponto central. Simboliza as grandes viagens, as grandes evoluções, interiores e exteriores.
É associado as divindades ctonianas, deuses do interior da terra. Por extensão, o búzio simboliza o mundo subterrâneo e suas divindades.
O chaorô (guizo), tem simbologia aproximada a do sino, sobretudo pela percepção do som. Simboliza o ouvido e aquilo que o ouvido percebe, o som, que é reflexo da vibração primordial. A repercussão do chaorô é o som sutil da revelação, a repercussão do Poder divino na existência. Muitas vezes têm por objetivo fazer perceber o som das leis a serem cumpridas.
Universalmente, tem um poder de exorcismo e de purificação, afasta as influências malignas ou, pelo menos, adverte da sua aproximação. Sem dúvida, simboliza o apelo divino ao estudo da lei, a obediência à palavra divina, sempre uma comunicação entre o céu e a terra, tendo também o poder de entrar em relação com o mundo subterrâneo.
O lakidibá, fio de conta de Sakpatá, é feito do chifre do búfalo. Tem o sentido de eminência, de elevação, símbolo de poder, um emblema divino. Ele evoca o prestígio da força vital, da criação periódica, da vida inesgotável, da fecundidade. Devemos lembrar que chifre, em hebraico "querem", quer dizer, ao mesmo tempo, chifre, poder e força.
O lakidibá não sugere apenas a potência, é a própria imagem do poder que Sakpatá tem sobre a vida e a morte. Na conjunção do lakidibá e do deus Sakpatá, descobrimos um processo de anexação da potência, da exaltação, da força, das quatro direções do espaço, da ambivalência.
Encontramos o lakidibá em duas cores: preto e branco. Ele também contém a bondade, a calma, a força, a capacidade de trabalho e de sacrifício pacífica do chifre do búfalo, de onde origina-se. Rústico, pesado e selvagem, o búfalo é também considerado divindade da morte, um significado de ordem espiritual, um animal sagrado.
Na África, o búfalo (assim como o boi), é considerado um animal sagrado, oferecido em sacrifício, ligado a todos os ritos de lavoura e fecundação da terra.
O lakidibá é entregue ao adepto somente na obrigação de sete anos.
Presença certa em tudo ligado a Sakpatá, o duburu (pipoca) representaria as doenças de pele eruptivas, cujo aspecto lembra os grãos se abrindo. Jogar o duburu assumi o valor e o aspecto de uma oferenda, destreza e resistência. O ato de jogar se mostra sempre , de modo consciente ou inconsciente, como uma das formas de diálogo do homem com o invisível. Tem por alvo firmar uma atmosfera sagrada e restabelecer a ordem habitual das coisas, é fundamentalmente um símbolo de luta, contra a morte, contra os elementos hostis, contra si mesmo.
Os narrunos para esses Voduns devem sempre ser feitos com o sol forte e cada um deles especifica o que querem comer. Isso quer dizer que, não existe uma única maneira de agradá-los. Eles não gostam de barulho de fogos de artifícios.
Uma vez por ano, os Kwes fazem um banquete para as Divindades do Panteão de Sakpatá, onde devemos comer, dançar e cantar junto com os Voduns.
Os demais Voduns do panteão da terra, sempre são convidados a compartilhar desse banquete. Os jejes acreditam que, com essa cerimônia oferecida a essas divindades, todas as doenças são despachadas do caminho do Kwe e de seus filhos.
Esse banquete é colocado dentro do peji ou do quarto onde mora Sakpatá e os demais Voduns de seu panteão. Toda a comunidade vêm saudar o Deus da varíola e seus descendentes, comer e dançar junto com eles e, ali mesmo, é servido o banquete para todos os presentes.
Após essa cerimônia, Sakpatá e os demais Voduns, vestem suas roupas de festa e vão para a Sala (barracão) comemorarem seu grande dia, junto com a comunidade que os aguardam. Quando entram na Sala, todos gritam louvores à eles, dançam e cantam, louvando o Deus da varíola, que traz a cura de todas as doenças.
Suas danças e cânticos lembram sempre os doentes, as doenças e a cura das mesmas. Algumas falam das lutas que esses Voduns enfrentaram com a rejeição das comunidades com sua presença e outras falam das vitórias que tiveram sobre todas as comunidades que a eles vieram pedir ajuda.
Os Sakpatás trabalham muito e têm um importantíssimo papel nas feituras de Voduns. Do início ao fim de uma ahama (barco de yaô), eles atuam com rigidez e vigor, mantendo o bom andamento, principalmente dos bons costumes morais e, cobram "feio" caso alguém cometa alguma falha. Eles são, na verdade, as testemunhas de uma feitura. Após a feitura, se um filho negar alguma coisa que tenha sido feita, eles são os primeiros a cobrarem desse vodunci a mentira que ele está dizendo, assim como também cobram a quebra de segredos.
Todas as folhas refrescantes para ferimentos, pertencem a esses Voduns.
Vale alertar que existem Orixás e Inkices também ligados a cura e doenças porém, não são os mesmos deuses que os Voduns da família Dambirá, da nação Jeje. Muitas confusões são feitas e, encontramos várias bibliografias relatando origens, especificações e costumes que nada têm a ver com o Vodum Sakpatá.

(Portal do Vodun)

Voduns Dahomeanos... Gbesen

Vodum Gbesen



Aido Wedo(aidô uêdô) e Dambala são para o povo Jeje os maiores deuses.
Aido Wedo é o arco-íris e Dambala a sua imagem refletida nas águas oceânicas.
O Dangbé é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan.
Na África esse Vodum é conhecido como DA.
Dada - Termo pelo qual o Vodum Dan é louvado. A coroa de Dan é chamada de Coroa de Dada.
Dan tanto pode ser um Vodum masculino quanto pode ser um Vodum feminino, porém para tratá-lo, fazê-lo ou assentá-lo temos que cuidar sempre do casal. Como dizem os antigos "cobra não anda sozinha, seu parceiro esta sempre por perto".
Dambala também é conhecida como Daidah (daídar) – A "Cobra–Mãe". Essa Vodum não pode ser feita em mais de duas pessoas num mesmo país. Os velhos vodunos contam que ela é originária da Palestina. Em uma outra versão, encontramos Daidah como Lilith, a primeira mulher de Adão.

No Brasil encontramos cerca de 48 Voduns Dans, na África encontramos muito mais que isso. Essa família é muito grande.
Dan é um Vodum muito exigente em seus preceitos, muito orgulhoso e teimoso. Quando tratado corretamente, dá tudo aos seus filhos e a casa de santo, mas se tratado de maneira errada ou se for esquecido castiga severamente. Vodum Dan é muito fiel a casa e a mãe/pai de santo que o fez.
Os símbolos de Dan, são: o arco-íris, a serpente pithon, o traken ou draka, patokwe, o dahun , a ..takara. e o ason (assôm). Seu principal atinsa (atinsá) dentro de uma casa de Santo é denominado Dan-gbi , que é onde o arco-íris se encontra com a terra ("panela lendária do tesouro!"). Dan usa muitos brajás feitos de búzios. As aighy (aigri), são importantissimas em seus assetamentos e atinsas.
Para nós, Vodum Aido Wedo é o verdadeiro deus da vidência, é ele junto com Vodum Fa, quem dá aos bakonos o poder do oráculo, assim como deu a Yewa e a Legba.
Aido Wedo e Dambala são quem sustentam o mundo e quando eles se agitam provocam catástrofes como os terremotos. Eles fazem parte da criação do mundo, pois vieram ajudar Nana Buluku nessa tarefa.
Nos arcos-íris da lua e do sol também encontramos Voduns Dan.

Ao se iniciar um filho de Dan, preceitos são feitos para que esse Vodum venha sempre em forma humana e nunca em forma de serpente, pois entendemos que na forma humana ele é menos perigoso e entende melhor os homens, podendo assim atender suas necessidades e suprí-las. Na forma de serpente torna-se muito perigoso.
De modo geral os filhos de Dan são muito chegado a doenças, principalmente de olhos. São pessoas vaidosas, ambiciosas, "perigosas", espertas e inteligentes. São muito dedicados ao santo e dificilmente saem da casa onde foram feitos.

Vestem branco em sua grande maioria. Alguns usam cores verde bem clarinho, prateado, ou tecido liso com o arco-íris estampado. Seus fios de conta variam de acordo com cada Vodum, não existe um modelo padrão.
Sua louvação principal é: A Hho bo boy = "Salve o rei cobra" ( Hho = rei, bo boy = Dans, serpentes, cobras).
Abaixo citarei alguns Voduns Dans.

Aido Wedo

(encontramos várias formas de escrever o nome dele) - Deus do Arco-íris

Dambala

esposa de Aido-Wedo, seu reflexo nas águas.

Dan-Ko

muito ligada e, por vezes confundida, como Oxalá. Conhecida no Brasil como Dan Inkó.

Ojiku

masculino, mora junto com Yewa na parte branca do arco-íris e reina no arco-íris da lua, também junto com Yewa.

Frekwen

feminina, guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda.

Bosalabe

toqüeno, feminina, irmã gêmea de Bosuko, irmã de Yewa. Muito alegre e faceira, mora nas águas doce. Muito confundida com Oxum. também conhecida como Vodum Bosa (bôssá).

Ijykun

feminina, mora nas enseadas. Muito confundida com Yewa.

Bosuko

masculino, toqueno, gêmeo com Bosa

Akotokwen

masculino, considerado o pai de muitos Dans.

Afronotoy

masculino, mora no rio.


(Portal do Vodun)

Um pouquinho da nossa historia ... Direto da Africa até o Brasil de nossos dias... Uma história de raiz... por Dofona de OBESSEN (Claudia Lins Lima Leal)


Ludovina Pessoa (Mahi, +/-1854 - ) natural da cidade Mahi (marri), daomeana, África. Era iniciada para o Vodun Ogun,[1] era auxiliada por sua filha-de-santo Maria Romana Moreira (Kposusi Romaninha) do vodun Kposu e Maria Valentina dos Anjos Costa (Mãe Hunyo ou Runhó) do Vodun Sogbo (1877-1975).


Ludovina Pessoa ...


O inicio do culto Jeje Mahi no Brasil..

Ludovina Pessoa, ( +/1854 -)  natural da cidade Mahi (marri), daomeana.

Foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia.

Ela fundou:

Templo para Dan; Kwé Cejá Hundé, mais conhecido como a Roça do Ventura ou Pó Zehen (pó zerrêm) ou ainda "Zogbodo Male Gbogun seja Unde" em Cachoeira;
Templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum em Salvador;
E o Templo para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento Jeje Mahi do povo Fon.
O Templo de Ajunsun-Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiaku Satu, em Cachoeira e São Felix e recebeu o nome de Axé KPó Egi, mais conhecido por Terreiro Cacunda de Yayá, que tem como sua representante a Iyalorixá Maria de Lourdes Buana (Ya Ominibu Kafae foobá), filha de Mae Tança de Nanã (Jaoci) que era filha de Gaiaku Satu.

Segunda versão

Fundada pelos escravos Manoel Ventura, Tixareme, Zé do Brechó e Gaiaku Ludovina Pessoa, também conhecida como Ogum Rainha que muitos acham que ela deveria ter sido uma rainha mesmo, Manuel Ventura, era só o dono das terras.
Tixareme foi o primeiro Pejigan da Roça e Ludovina sería a primeira Gaiaku. Essa roça foi aberta por Ludovina para a sua filha Maria Ogorenssi mais conhecia como Ahum sime sime que levou essa roça com muita força e independência sendo assim denominada de Djejê Mahi Axé Seja Unde, onde ela iniciou alguns vodunsis, como o saudoso Tata Fomotinho (Antonio Pinto de Oliveira) ou Oxum Ojunto Deí, que foi para o Rio de Janeiro levando um pouco do que lá aprendeu.

Congresso Afro-indígena 1994

Depoimento de José Gomes de Lima – Zezinho da Boa Viagem: (Meu avô de Santo)



Quem trouxe os mahi para Cachoeira de São Félix foram os “tios”. Eles se dividiram em cachoeira porque junto com eles, em outra levada, vieram Tixarene, Zé do Brexó e outras pessoas mais que fundaram suas roças.
Vovô Ventura e Gaiaku Ludovina fundaram a roça do Kwe Seja Undê que é a roça de baixo; Tixareme fundou a roça de cima, quer dizer, duas nações jeje a vinte metros uma da outra… quando morre uma mãe-de-santo, nosso pai que descende de Komadavit, então é ele quem aponta a pessoa que vai ficar no trono.

A minha primeira zeladora foi Iyá Fortunata, Baiana de Pina. Filha de Oxum e Oyá. Posteriormente fui iniciado pelas mãos de Tata Fomotinho em São João de Meriti, Rio de Janeiro”

Tata Fomotinho foi o primeiro homem feito no Seja Undê em 25/12/1912. Veio para o Rio em 1930 abrindo sua casa mais tarde em 1936.

Luiza Franquelina da Rocha, nasceu em 1909 e é mais conhecida como Gayaku Luiza do Hunkpame Huntoloji, no alto da levada em cachoeira. É filha carnal do pejigan do Seja Undê.

Inicialmente foi feita no ritual ketu, sendo mais tarde “refeita” no ritual jeje por Gayaku Posusi Rumaninha (Maria Romana Moreira) no candomblé do Terreiro do Bogum em 1945, na qualidade de rumbono.

Gaiaku Romaninha não tinha terreiro fixo, por ser muito conceituada tinha acesso a todos, tendo sido “ Dere “, mãe-pequena do Terreiro Bate Folha, advindo daí, talvez, a influência de ritos jeje no ritual de Angola. Faleceu em 1956 com 115 anos de idade.

Os avós maternos de Dila de Obaluaye tinham cargo no candomblé de Rozena de Bessen: Afonsekoloanoo de Sango, foi o primeiro pejigan e Adpan Noeji foi feita de Oxumare.
Quando Aninha morreu, Dila tirou a mão com Mejitó, que lhe abriu a casa.

Mejitó, Adelaide do Espírito Santo, também conhecida como Donontinha, foi iniciada com 7 anos de idade em 1891, pois era costume fazer iniciação quando criança.

Era de Vodunjo e o nome dado foi Zinvode. Mudou o candomblé do bairro de Cavalcante para a Rua Cecília, em Coelho da Rocha, próximo à atual sede do Àsé Òpó Àfònjá do Rio de Janeiro. Com quem mantinha boas relações com a dirigente da época, Agripina de Souza.

Tirou dois barcos com seis pessoas, vindo a falecer em 1956.

Para finalizar também existe uma outra casa de Jeje na Bahia de nome àsé Póeji, na Cacunda de Yayá, com ritual Savalu e fundada por Gaiaku Satu de Cachoeira.

"Esta Nação é Jeje Mahi, que foi comandada por Sinhá Romana, irmã de Santo da Gaiaku Ludovina Pessoa.

Pela ordem genealógica os Sacerdotes:
Tixareme (Fundador)
Gaiaku Ogorensse,
Gaiaku Aballie,
Gaiaku Pararasse,
Gaiaku Gamo Lokosse que foi escolhida por Sinhá Pararasse para ser a herdeira do trono.
Etemim Aguéssi, Elisa Gonçalves, dona da terra.
Gaiaku Alda de Oyá - (Fomo Oiassy) atual sucessora.



Por Milton Cunha ... A lenda dos Orixas.






segunda-feira, 16 de maio de 2016

São Jorge



Assim se formam os grandes guerreiros, forjados nas altas temperaturas da vida, amassados pelas toneladas do dia a dia , mas ao final a luz se torna tão forte e majestosa, trazendo mais calma ao coração e a alma para mais perto de Deus, somos nós as Espadas invencíveis da Fé, Gratidão, Amor e não desistimos nunca, pois são nos piores momentos de nossas vidas, que nos tornamos ainda mais fortes, mais sólidos e aumentamos ainda mais nossa FÉ, porque somos Filhos de Jorge, e só quem é sabe como é... Só quem encontrou sabe como é... Só quem vive na Fé sabe como é, Salve Grande e Intrépido Cavaleiro da Justiça, Lei e Força de Deus, abençoe a todos esses irmãos dessa imensa legião de Jorge, que seja sempre feita a vontade de Deus, e que onde todos estiverem estenda seu escudo, sua espada, sua coragem e proteção e nada e nenhum mal aconteça, que assim seja! Que assim seja e sempre será!
Amém!
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#salvejorge #souJorge #GuerreirodeDeus